Que horas?!



Não. Nunca parei pra contar o tempo até achar aquele sorriso que mal se continha ao me ver.
Nunca quis perder o final de semana pensando em como seria a segunda-feira ou sonhar vários e vários episódios de um desejo descontrolado para que amanhecesse logo.
Sempre fui da noite e agora varo uma sexta-feira em casa. Não estou sonhando, não acordei no meio da noite... Não consegui dormir.
O tempo vai arrastando, maltratando.
O silêncio me confunde e aprisiona algo que não sabia nem como chamar, mas, que estou apelidando de desespero.
Desespero por não poder ver, tocar, ouvir, sentir. Medo de aproximar e sentir que o seu coração está tão longe quanto o brilho de felicidade verdadeira está do seu olhar.
Não. Não sou do tipo que me contento em ouvir a sua voz alta, descontraída e levemente forçada para parecer alegre, radiante e intocável.
Não. Não quero as sensações forjadas e os olhares pesados de tanta maquiagem.
Não!
Quero ver o sorriso nos lábios, nos olhos e na alma. Quero sentir aquele sorriso que abre o meu corpo e espatifa todas as tristezas por hora.
Não sei se a distância a tomar é grande demais. Não creio que seja maior que a proximidade desse algo dentro de nós. Mas, creio que quando o tempo passar e eu olhar para o lado sem você, será o mesmo que olhar para o céu sem nuvens e um caminho sem pedras - sem graça.
Quero o caminho com pedras, arbustos, buracos e armadilhas. Quero o céu com nuvens cinzas, rosas, lilás e azuis.
Quero não só o teu sorriso, mas, as tuas lágrimas de vitória sobre aquilo que tanto te machucou e que me fez sofrer no meu canto, em silêncio e sem luz.
E quando eu não mais puder querer, lembra-te que alguém de um fundo verdadeiro te quis muito bem e que não quis rotular o que sentiu porque o que sentiu nunca se limitou.

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