Flores?!



Foto: Dan Barros

Sob as luzes que se mexem vagando sem sentido, consegui fotografar aquele ramalhete que marcou a minha história. Lembrei então que um Anjo Azul não deve aceitar todos os drinks da vida e que a vida não lhe traz sempre sucos de laranja sem gelo e sem açúcar.
Aquele ramalhete havia sido o mais esmero e simples presente. Tinha tudo de mais puro e conquistador. Mas, não poderia comprar um amor verdadeiro. Nenhum ramalhete compra.
Pensei que uma rosa, talvez, fosse capaz de seduzir um sorriso doce que espero ver por todos os meus dias. Decidi que não era a música que importava ou a marca do champanhe [ou como vcs prefiram escrever]. Ia além daquela noite, daquela [outra] madrugada acordada, daquele sorriso bobo e das belas palavras. Não interessava o trecho da música que era tão realista nem a cor das rosas que despertavam volúpia. Tinha que haver mais. Tinha que ir além.
Fui além. Dei o melhor de mim. E como diz a outra música: "Tentei voltar e pude ver o quanto errei. Te amei mais que a mim". Não sei se voltei por erro ou se errei por voltar, mas, percebi que quando a porta se fecha é melhor não tentar empurrar de volta, a fechadura vai empenar, a chave pode quebrar e a passagem nunca mais será a mesma.
Não. Isto não é uma declaração de revolta, amor ou ressentimento. Não tenho mágoas, ainda tenho amor e este é quem nutre os meus outros sentimentos. Ainda'ssim não é declaração de amor.
O meu amor hoje quer o bem [não que antes não o quisesse] sem desejar o teu corpo [sempre - só às vezes. Não sou de ferro nem uso venda], quer o teu sorriso mais belo sem imaginar o teu beijo maravilhoso depois, quer o teu sucesso [mesmo sabendo que estarei no canto da porta - escondida - observando e sorrindo ou chorando de emoção].
Ouvi esta história de um grito ensurdecedor no alto de um cajueiro. Vi lágrimas na boca, vi sorrisos nos olhos. Tomei aqueles goles de sentimento e o descrevi aqui.
Apropriei de tudo aquilo que revestia o que não dava pra enxergar, mas, que me alcançou em cheio e depositou em mim gotas de uma nova vida que jamais - antes - sonhei.


"O maior favor que se faz a uma semente é enterrá-la". Augusto Cury

1 Comentário:

Sinuca-breja-bossa disse...

A porta pode ser alta e forte, mas a fechadura é pequena e frágil.
A falta de agudeza nos detalhes pode tirar a visão de uma outra porta que destrancada da pra outros espaços do mesmo lugar,só que com moveis diferentes.Ao invés de camas desarrumadas,- sofás com pipoca-,ou invés de banheiros molhados,-sorrisos de mistos de queijo quente na cozinha-.Mas se nenhum desses cantos da casa interessar.Arrombar a porta do quarto não nos faz donos dele.A fechadura da sala também é frágil,mas cordialmente se abre.Enquanto o banquinho da bancada de mármore da cozinha sorrir,o sorriso ou choro de emoção sempre será convidado a sentar na frente.Atrás da porta só deve ficar o ódio,ressentimento ou mágoa.Sorrisos e choros de emoção sempre tem lugar vip pra quem souber abrir a porta certa.

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