no Guardanapo.

"Uma vez me apaixonei e não foi o que pensei, estou só desde então" - cantada por Rita Lee.


Parei pra ouvir essa música antes de escrever. Lembrei que outro dia escrevi num guardanapo uma história de amor. Era "médio" assim:

"Em uma noite vagava um anjo vagabundo tropeçando em seus sonhos ternos. Tropeçou num sorriso e chorou. Chorou não poder sorrir aquele sorriso naquele exato momento. Ele tentava sorrir. Tentava esboçar uma imensa alegria em ver a sua estrela abraçada por braços insolúveis de um buraco-negro.
Talvez, aquela estrela tenha reconhecido em seu ébrio olhar terreno o brilho de um verdadeiro amor. Talvez  não.
A margem era tão imensa que a vastidão nesse abismo levara o anjo ao salto mais profundo: o salto para um amor.
Não havia cordas. Não havia freios. Não havia certezas.
Havia medo. Havia outra. Havia comodismo da estrela.
Havia amor.
Não sabendo o que mais havia, preferiu cantar e seguir num Vôo Cego para ali que parecia ser o Melhor Lugar.
Ensaiou um sorriso. Apertou uma mão que não desejava - pois, acreditava que um aperto de mão era sinal de cordialidade, admiração ou um voto decretado de "parabéns, você conseguiu roubar a estrela das minhas noites e dias." - esboçou uma reação congelada e talvez tenha conseguido.
Aquela melodia o transportou de volta ao céu e seguiu o compasso da Desilusão.
Na verdade, havia se acostumado a ser certo na hora errada. Já escutara isto algumas vezes.
Bom... Então, vi aquele anjo diminuto sentar-se à mesa de um barzinho, pedir um Whisky Duplo e sem gelo. Bebeu como se estivesse no deserto e encontrasse água para um último sonho. E sonhou que um dia tinha estado feliz. Que um dia fizera planos de uma nova cidade, uma casinha com churrasqueira e jardim, um cachorro dálmata [ou labrador] e um yorkshire. Sonhos despertados pelo último gole.
Anjo humanizado pela dor de "parir". Não. Não havia gerado um filho. Havia conhecido o amor. E amar dói. Dói muito."

"Onde vá, onde quer que vá
Vá pra ser Estrela.
...
A tua menor tristeza
[vou]Pôr no teu sorriso o mel.


Onde vá, onde quer que eu vá
Vou estar de olho atento."


Trechos de OSWALDO MONTENEGRO.


Se fosse resolver, queria te dizer
Foi minha agonia
Se eu tentasse entender
Por mais que eu me esforçasse
Eu não conseguiria
E aqui no coração
Eu sei que vou morrer
Um pouco a cada dia
E sem que se perceba
A gente se encontra
Pra uma outra folia


Eu vou pensar que é festa
Eu vou dançar, cantar
É minha garantia
E vou contagiar
Diversos o coração
Com minha euforia
E a amargura e o tempo
Vão deixar o meu corpo
E a minha alma vazia
E sem que se perceba
A gente se encontra
Pra uma outra folia

"como velhos desconhecidos que se reconhecem"

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